Como medir a força de uma pessoa? Para os filósofos
a força de alguém se mede pelo conjunto de suas realizações e, neste quesito, a
Desembargadora Marilza Lúcia Fortes sempre foi fecunda.
A notícia de que a indesejada das gentes a tomou de
nosso convívio nos pegou de assalto e a falta deste cálido convívio se fará
sentir, com certeza.
Marilza era uma mulher forte. Sua carreia jurídica
e sua intensa luta pela vida a credenciaram para ocupar um dos mais
prestigiosos cargos da justiça sul-mato-grossense desde 2006. Antes, porém, foi
ativa Juíza Auditora da Justiça Militar, onde militou por duas décadas e
proferiu milhares de sentenças.
Seu profundo senso de justiça, sua percepção sobre
a falibilidade humana sob os pilares da hierarquia e disciplina castrense a
projetaram como uma magistrada enérgica e distribuidora de justiça, que mesmo temida
pelos militares-réus, nunca fora capaz de condenar algum destes desafortunados,
sem que houvesse base mínima de prova.
Poucas mulheres ocuparam as cadeiras do Tribunal de
Justiça do Mato Grosso do Sul, antes da Des. Marilza mais duas, a Des. Dágma
Paulino dos Reis e a Des. Tânia Garcia de Freitas Borges, mas isto não
significa que o gênero não tenha sido prestigiado. Ao oposto, as mulheres já
representam a maioria nos principais centros jurídicos e, por isto, estas
pioneiras são ou causam profunda mudança no paradigma.
A carreira da Desembargadora Marilza confunde-se
com a história da justiça local, suas lutas e conquistas foi resultado da
valorização porque passou a magistratura como um todo nas ultimas décadas e que
projetam um futuro glorioso e promissor, com o apoio da tecnologia e formação
humana com que preparamos nossos homens e mulheres.
É reconfortante saber que muitas magistradas,
promotoras, defensoras e advogadas seguiram os passos firmes e resolutos desta
mulher que tinha um vigor e solidez moral. As novas gerações perdem com este
precoce afastamento, uma vez que se vai a referência segura e niveladora que a
presença dela nos transmitia. A fortuna moral, intelectual e, porque não,
humana se apagou, mas não se extinguiu.
É hora de aplaudir a vivência e experiência que a
história desta mulher forte nos deixou e que, influenciará por muitos anos na formação
de novas estrelas jurídicas de nosso Estado do Mato Grosso do Sul.
Como citar este texto: NBR 6023:2002 ABNT
RODRIGUES JUNIOR, Luiz Carlos Saldanha. Uma mulher forte. Blogger. Disponível em: <http://artigosprofessorsaldanhajr.blogspot.com.br/2012/09/marilza-lucia-fortes-uma-mulher-forte.html> Acesso em 20/09/2012.