Caburé é uma coruja, de pouca
estatura e que se escondem em suas tocas ao sentirem-se ameaçadas. Em sua ânsia
por privacidade, o lar dessas aves chega até 90 centímetros de profundidade e
comporta o casal e sua prole. Aqui em Campo Grande ainda é comum encontrar essa
ave maravilhosa e enigmática pousada em áreas pouco movimentadas ou que guarde
algum resquício do serrado ainda em evidência.
No entanto, a Caburé pede
socorro! Socorro que foi reclamado das autoridades públicas por inúmeras
pessoas, igualmente receosas diante do risco que correm todos os dias e noites
no Bairro Monte Castelo. Suplicam das autoridades constituídas o respeito ao
fundamento mais elevado da República brasileira, a Dignidade da Pessoa Humana.
Não há dia ou noite que não haja
preocupação após a abertura de vias de rápido acesso e que cortam o bairro.
Isto porque, o trânsito, antes restrito, agora flui com muita rapidez por ruas
estreitas do Conjunto Octávio Pécora e Estrela do Sul. A inobservância das
regras de trânsito, por parte dos motoristas, tem causado sérias preocupações
com a segurança geral da comunidade, antes sossegada e que agora se vê acuada
diante do tráfego de caminhões de grande porte, ônibus e demais veículos.
Aqui vale lembrar que o progresso
com a abertura de vias novas, e em bom estado, favorece os excessos por parte
daqueles que pensam egoisticamente que podem imprimir velocidades maiores por
conta “das condições pista” e por conta da inexistência total ou parcial de
sinalização. Aliás, a falta de sinalização vertical e horizontal é o reclamo
maior, em todos os bairros da Capital Morena.
Agentes públicos rotineiramente
aparecem nos programas informativos da imprensa e afirmam haver licitação com
fins de promover a sinalização dessas novas vias. Porém, o tempo vai passando,
os acidentes ocorrem e a população, apesar de mobilizada, fica à mercê da boa
vontade das ilustres autoridades.
Não se trata, no momento, de uma
cobrança pública por um direito que a todos pertence e que, no caso, deveria
ser prioritário em vias novas. Trata-se, ao contrário, de uma abordagem nova
sobre uma causa antiga que confrontam os pedestres e aqueles não pedestres. Outro
dia foram lançadas campanhas para que se respeitem as faixas de pedestre em
Campo Grande. Foi requerido e gasto milhões com propaganda e com panfletagem,
sempre com a justificativa da orientação ou educação para o trânsito, porém, o
que não se vê é a sinalização!
De nada adianta inaugurar via ou
ciclovia, se não foram implantados os equipamentos mínimos de segurança,
requisitos previstos em lei tais como: sinalização vertical e horizontal,
semáforos e redutores de velocidade.
Vias de rápido acesso, embora
promotores de organização na malha viária, implica na revisão do entorno e, no
caso, a Rua Caburé é uma das que merece atenção imediata por parte das
autoridades. Primeiro porque é uma importante ligação entre os bairros Monte
Castelo, Estrela do Sul e Jardim Seminário e porque é corredor de ônibus.
Os moradores, incluindo o Seu
Antônio, morador há mais de 30 anos só na Rua Caburé, reclamam havia meses, por
redutores de velocidade e por sinalização e, no mesmo período, já ocorreram
diversos acidentes na região com danos materiais consideráveis causados,
especialmente, pelo excesso de velocidade.
A Caburé ave, antes vista com frequência pelo
bairro, agora não voa mais por lá. Ou foi atropelada pela pressa da cidade; ou
estará em sua toca esperando os quebra-molas?Fonte: http://www.oestadoms.com.br/
Como citar este texto: NBR 6023:2002 ABNT
RODRIGUES JUNIOR, Luiz Carlos Saldanha. A Réplica da Caburé. Blogger. Disponível em: <http://artigosprofessorsaldanhajr.blogspot.com.br/2012/06/replica-da-cabure.html> Acesso em 21/06/2012.