sexta-feira, 22 de junho de 2012

A réplica da Caburé


Caburé é uma coruja, de pouca estatura e que se escondem em suas tocas ao sentirem-se ameaçadas. Em sua ânsia por privacidade, o lar dessas aves chega até 90 centímetros de profundidade e comporta o casal e sua prole. Aqui em Campo Grande ainda é comum encontrar essa ave maravilhosa e enigmática pousada em áreas pouco movimentadas ou que guarde algum resquício do serrado ainda em evidência.


No entanto, a Caburé pede socorro! Socorro que foi reclamado das autoridades públicas por inúmeras pessoas, igualmente receosas diante do risco que correm todos os dias e noites no Bairro Monte Castelo. Suplicam das autoridades constituídas o respeito ao fundamento mais elevado da República brasileira, a Dignidade da Pessoa Humana.


Não há dia ou noite que não haja preocupação após a abertura de vias de rápido acesso e que cortam o bairro. Isto porque, o trânsito, antes restrito, agora flui com muita rapidez por ruas estreitas do Conjunto Octávio Pécora e Estrela do Sul. A inobservância das regras de trânsito, por parte dos motoristas, tem causado sérias preocupações com a segurança geral da comunidade, antes sossegada e que agora se vê acuada diante do tráfego de caminhões de grande porte, ônibus e demais veículos.


Aqui vale lembrar que o progresso com a abertura de vias novas, e em bom estado, favorece os excessos por parte daqueles que pensam egoisticamente que podem imprimir velocidades maiores por conta “das condições pista” e por conta da inexistência total ou parcial de sinalização. Aliás, a falta de sinalização vertical e horizontal é o reclamo maior, em todos os bairros da Capital Morena.


Agentes públicos rotineiramente aparecem nos programas informativos da imprensa e afirmam haver licitação com fins de promover a sinalização dessas novas vias. Porém, o tempo vai passando, os acidentes ocorrem e a população, apesar de mobilizada, fica à mercê da boa vontade das ilustres autoridades.


Não se trata, no momento, de uma cobrança pública por um direito que a todos pertence e que, no caso, deveria ser prioritário em vias novas. Trata-se, ao contrário, de uma abordagem nova sobre uma causa antiga que confrontam os pedestres e aqueles não pedestres. Outro dia foram lançadas campanhas para que se respeitem as faixas de pedestre em Campo Grande. Foi requerido e gasto milhões com propaganda e com panfletagem, sempre com a justificativa da orientação ou educação para o trânsito, porém, o que não se vê é a sinalização!


De nada adianta inaugurar via ou ciclovia, se não foram implantados os equipamentos mínimos de segurança, requisitos previstos em lei tais como: sinalização vertical e horizontal, semáforos e redutores de velocidade.


Vias de rápido acesso, embora promotores de organização na malha viária, implica na revisão do entorno e, no caso, a Rua Caburé é uma das que merece atenção imediata por parte das autoridades. Primeiro porque é uma importante ligação entre os bairros Monte Castelo, Estrela do Sul e Jardim Seminário e porque é corredor de ônibus.


Os moradores, incluindo o Seu Antônio, morador há mais de 30 anos só na Rua Caburé, reclamam havia meses, por redutores de velocidade e por sinalização e, no mesmo período, já ocorreram diversos acidentes na região com danos materiais consideráveis causados, especialmente, pelo excesso de velocidade.
A Caburé ave, antes vista com frequência pelo bairro, agora não voa mais por lá. Ou foi atropelada pela pressa da cidade; ou estará em sua toca esperando os quebra-molas?


Fonte: http://www.oestadoms.com.br/

Como citar este texto: NBR 6023:2002 ABNT
RODRIGUES JUNIOR, Luiz Carlos Saldanha. A Réplica da Caburé. Blogger. Disponível em: <
http://artigosprofessorsaldanhajr.blogspot.com.br/2012/06/replica-da-cabure.html> Acesso em 21/06/2012.